Coloquei esse título para causar uma certa polêmica mesmo, obviamente não concordo com o ensino religioso nas escolas. Se queremos trabalhar na/para a diversidade acho que qualquer tipo de tentativa neste sentido só pioraria a situação. Primeiramente, porque os alunos que têm a religião ensinada se sentiriam maioria e fortalecidos pela escola; enquanto os alunos pertencentes à outras religiões ou se calariam ou sofreriam algum tipo de perseguição e bullying.
A LDB tem um artigo exclusivo para o ensino religioso, nele diz que o mesmo deve ser de acordo com a escolha dos sistemas de ensino inclusive sua forma de admissão, e que para ser estabelecido o conteúdo serveria ser feita uma consulta a uma associação composta por membros de várias religiões. Diz também que a matrícula é facultativa e a disciplina deve ser oferecida no horário normal de aula. No estado Rio de Janeiro, a lei 3.459 que não está mais em vigor (por enquanto, pode ser recorrida), discorria sobre justamente o inverso da LDB, o ensino seria confessional e a admissão de professores seria de acordo com a porcentagem da religião dos alunos que frequentam as escolas. Só uma pergunta, alguém acredita que todos os alunos de religião senão católica ou protestante bateram no peito e gritaram bem alto sua religião? Principalmente os de religiões africanas né? Afinal eles já nem são chamandos de macumbeiros toda hora... Bom, esse despaltério foi anulado por estar contrário a legislação federal (mas nove anos depois).
Fico muito feliz por essa decisão ter sido tomada apesar de tão tardia, mas acho que a discussão não pode ser silenciada. Não concordo com o ensino religioso, mas uma ensino das religiões como propõe a reformulação da LDB no artigo 33. Mas aí é que está, a discussão sobre religiões não precisa ser uma coisa específica, eu enquanto estudante tive aula sobre religião nas aulas de história e, agora com a lei 11.645 que modifica a LDB, fica evidenciado o ensino das africanidades e cultura e religião indígenas, principalmente nas disciplinas de história, literatura e artes. apesar desta alternativa, ainda acho insuficiente. O ensino das religiões deve ser um tema mais evidenciado no ambiente escolar, deve ser considerado como é, ou seja, um tema transversal, todas as disciplinas deveriam trabalhar a pluralidade cultural em seus conteúdos específicos.
Acho que o momento disciplina se faz necessário enquanto esse tema transversal não se constitui um fato no ambiente escolar. Afinal todo preconceito se baseia na falta de conhecimento sobre um determinado assunto. Entender as diferentes religiões para poder entender algumas ações do próximo e poder até dialogar com ele com mais propriedade sobre religião. Só assim os alunos viveriam mais plenamente na/para a diversidade e reduziríamos mais os casos de fanatismo religioso, que recorrem em tanto preconceito com o próximo.